Jordânia (País perseguido 38/2021)

Como é a perseguição aos cristãos na Jordânia? 

Em comparação com os cristãos que vivem em outros países do Oriente Médio, a maioria dos cristãos na Jordânia vive uma vida segura e estável e desfruta de um nível relativamente alto de liberdade religiosa. O rei Abdullah II e seu governo parecem tolerar e, até certo ponto, apoiar igrejas reconhecidas. A maioria dos cristãos na Jordânia pertence a igrejas ortodoxas ou católicas romanas. 

No entanto, os cristãos ainda enfrentam discriminação no emprego e restrições contra a pregação pública. As igrejas não reconhecidas podem enfrentar o assédio das autoridades públicas, especialmente aquelas que evangelizam ativamente. Embora a Jordânia goste de se apresentar como um farol de tolerância e diálogo inter-religioso, os muçulmanos sunitas radicalizados e os jihadistas da Síria e do Iraque continuam a representar uma ameaça à comunidade cristã. Além disso, o testemunho aberto de fé de um cristão que se converteu do islã pode levar a espancamentos, prisão e até morte. Cristãos que são ativos no evangelismo e/ou ajudam cristãos ex-muçulmanos podem enfrentar ameaças e opressão na vida diária. A pressão continua muito alta para os cristãos que pertencem a esses grupos. 

A Jordânia tem um número alto de muçulmanos salafistas que são potencialmente um perigo para os cristãos e outras minorias religiosas que vivem no país. O governo continua a controlar os sermões nas mesquitas e exige que os pregadores se abstenham de falar sobre política, para evitar agitação social e política na tentativa de conter o extremismo islâmico. 

“Quando [o líder de um grupo de estudo bíblico orou comigo], senti o Espírito Santo sendo derramado em mim. Esse momento mudou minha vida. Eu era um valentão, um criador de casos. Mas agora sou um membro comprometido desses grupos, participando das reuniões de estudo da Bíblia duas vezes por semana. Eu sou uma nova criação agora em Jesus Cristo e me pareço cada vez mais com ele.” 

Tareq, cristão perseguido na Jordânia 

• Dados da Jordânia
• Tipo de Perseguição: Opressão islâmica, opressão do clã
• Capital: Amã
• Região: Oriente Médio
• Líder: Abdullah II
• Governo: Monarquia constitucional
• Religião: Islamismo, cristianismo, budismo, hinduísmo, judaísmo
• Idioma: Árabe e inglês

POPULAÇÃO
10,2 MILHÕES

POPULAÇÃO CRISTÃ
180 MIL

O que mudou este ano? 

A Jordânia caiu cinco posições na Lista Mundial da Perseguição 2021, mas os níveis de perseguição permaneceram estáveis desde o ano passado. A violência contra os cristãos continua muito baixa, mas a pressão em todas as esferas da vida permaneceu quase no mesmo nível. A classificação mais baixa da Jordânia este ano se deve principalmente ao aumento médio da perseguição nos outros países da Lista Mundial da Perseguição 2021. 

Quem persegue os cristãos na Jordânia?  

 

Quem é mais vulnerável à perseguição na Jordânia? 

Os muçulmanos que se convertem do islamismo são mais suscetíveis à perseguição, principalmente por parte da família ou comunidade que se opõe à conversão. As mulheres convertidas ao cristianismo são particularmente vulneráveis. Além disso, os cristãos que ajudam os convertidos ou evangelizam costumam ser alvo de perseguição de forma mais agressiva. 

Como as mulheres são perseguidas na Jordânia? 

De todas as categorias da comunidade cristã na Jordânia, as convertidas do islamismo são as mais vulneráveis à perseguição. No entanto, outras mulheres cristãs também enfrentam desigualdades, especialmente se o marido se converter ao islã. 

Para mulheres ex-muçulmanas, a pressão vem mais frequentemente da família. Quando uma cristã ex-muçulmana ainda mora com a família islâmica, ela corre o risco de prisão domiciliar e até de assédio sexual ou estupro se a fé for revelada. Embora os casamentos arranjados não sejam incomuns na Jordânia, as mulheres ex-muçulmanas estão sob a ameaça adicional de se casarem involuntariamente em um esforço para manter a família. Isso pode se estender a crimes de honra, que são um risco para cristãs ex-muçulmanas em áreas rurais. 

Mulheres convertidas do islã não podem se casar oficialmente com homens cristãos históricos. Mesmo que se casem no exterior, o Estado não reconhece tais casamentos. Quando casadas com maridos não cristãos, as mulheres ex-muçulmanas correm o risco de abusos e ameaças de morte, o que faz com que algumas fujam. Elas também enfrentam restrições de viagem. A proibição de viagens pode ser imposta pelas autoridades, mas também por familiares. Se uma cristã ex-muçulmana violar a proibição de viajar, um processo judicial pode ser iniciado por “viajar sem permissão”. As mulheres cristãs ex-muçulmanas também estão sob a ameaça de divórcio forçado. A atitude da família do cônjuge é crucial nessa questão. 

Em casos decididos por um tribunal da sharia (conjunto de leis islâmicas), os juízes podem anular o casamento dos ex-muçulmanos, transferir a custódia dos filhos para um membro da família muçulmana que não seja pai ou declarar os filhos sob custódia do Estado e transmitir os direitos de propriedade de um indivíduo aos familiares muçulmanos. Se um marido muçulmano e uma esposa não muçulmana se divorciam, a esposa automaticamente perde a custódia dos filhos quando eles atingem sete anos de idade, ao contrário das mulheres muçulmanas, conforme relatado pela Al-Jazeera em dezembro de 2015. 

Como os homens são perseguidos na Jordânia? 

Segundo a sharia, os casamentos entre mulheres muçulmanas e homens não muçulmanos não são permitidos. Para que o casamento seja legal, o homem deve se converter ao islã. Isso torna o casamento legal impossível entre um homem cristão histórico e uma mulher cristã ex-muçulmana. A sharia também determina que, se uma esposa cristã se converter ao islamismo, o marido também deve se converter para que o casamento permaneça legal. 

Homens cristãos ex-muçulmanos enfrentam outras dificuldades em uma cultura de honra e vergonha quando as famílias os rejeitam e os expulsam de casa por causa da escolha de religião. 

O resultado é que tais dificuldades podem levá-los a emigrar. Frequentemente, parece ser uma migração por motivos econômicos, mas na verdade está enraizada na situação causada por causa da fé cristã. A pressão sobre as famílias cristãs, que as leva a deixar o país, exerce um efeito potencialmente negativo sobre a futura liderança da igreja, que terá menos homens disponíveis para treinamento e funções de liderança. 

Pedidos de oração da Jordânia 

• Ore pelos cristãos que cultuam em igrejas não registradas. Peça para que eles possam continuar a adorar e que a liberdade religiosa que o governo promete seja mais do que palavras. 
• Interceda pelos seguidores de Jesus que deixaram o islã. Ore para que eles não sejam oprimidos ou condenados ao isolamento pelas famílias e que fiquem a salvo de perigos. 
• Clame pelos líderes na Jordânia, que eles estejam cada vez mais abertos à liberdade religiosa, e que a esperança de Jesus transforme seus corações e mentes para segui-lo. 

Portas Abertas