Além dos convertidos do budismo, muitos cristãos no Butão vêm da minoria nepalesa. Nenhuma igreja cristã no Butão tem reconhecimento oficial do governo – todos os cristãos que cultuam juntos estão, tecnicamente, adorando ilegalmente. As autoridades locais muitas vezes se recusam a emitir aos cristãos um “certificado de não objeção”, que é necessário para pedidos de empréstimos, registro de propriedade, solicitação de empregos e renovação dos documentos de identidade.
Particularmente nas áreas rurais, monges budistas se opõem à presença de cristãos. Em geral, as autoridades locais ignoram essa oposição. O budismo está enraizado no cotidiano do Butão, e qualquer um que deixa o budismo para seguir Jesus é visto com desconfiança por vizinhos, amigos e até mesmo familiares próximos. A conversão traz vergonha para a família, tanto que os membros da família se esforçam muito para trazer o convertido de volta à fé original. Se tudo falhar, as famílias dos cristãos ex-budistas os repudiarão. Como a vida no Butão ainda é muito comunitária e a proximidade e proteção da família são importantes, ser renegado é uma forma significativa de perseguição contra convertidos do budismo ao cristianismo.
Oficiais do governo farão o que for necessário para preservar a herança budista do país. Muitos funcionários são fortemente influenciados por monges budistas, e há uma prática de longa data de monges trabalhando dentro e para o governo.
“Crescendo em uma família budista, eu era responsável por agradar as divindades que meus antepassados adoravam, e seguir todas as práticas culturais e tradicionais que nós, como família budista, costumávamos fazer. Mas agora, depois de me tornar cristã, percebi que estávamos errados em tantas coisas. Era como sair da escuridão e ser capaz de ver novamente. Nossos pais nos diziam que se não fizéssemos esses rituais e práticas, adoeceríamos. Se algum mal se abatesse sobre a família, era porque não tínhamos apaziguado as divindades e nossos deuses.”
Miriam, cristã perseguida no Butão
- Dados de Butão
- Tipo de Perseguição: Nacionalismo religioso
- Capital: Thimphu
- Região: Sul da Ásia
- Líder: Jigme Khesar Namgyel Wangchuck
- Governo: Monarquia constitucional
- Religião: Budismo e hinduísmo
- Idioma: Dzongkha, sharchhopka, lhotshamkha e outras
POPULAÇÃO835 MIL
POPULAÇÃO CRISTÃ30 MIL
O que mudou este ano?
O Butão subiu dois pontos na Lista Mundial da Perseguição 2021, principalmente por causa do aumento da pressão em quase todas as esferas da vida para os cristãos. Felizmente, a violência física contra os seguidores de Jesus continua inexistente. Mas os cristãos – particularmente os ex-budistas – correm o risco de opressão, discriminação e intensa pressão das famílias, comunidade e governo.
Quem persegue os cristãos no Butão?
Quem é mais vulnerável à perseguição no Butão?
Os convertidos do budismo são de longe os mais vulneráveis. Como o budismo está tão enraizado na cultura e na sociedade do Butão, qualquer um que deixe o budismo por Jesus é visto como traidor da família, da comunidade e do país. Isso significa intensa pressão para quem escolhe a fé em Jesus.
Como as mulheres são perseguidas no Butão?
As mulheres cristãs que se convertem do budismo ao cristianismo correm o maior risco de perseguição no Butão; tipicamente, elas são renegadas e repudiadas pela família, ou divorciadas do marido. É relativamente fácil obter um divórcio no Butão, aumentando o medo entre as mulheres cristãs ex-budistas de que o marido decida deixá-las.
Mulheres cristãs casadas com não cristãos também estão socialmente sob pressão para ficar com o marido, apesar do abuso doméstico. E sempre que uma mulher cristã é casada com um não cristão que não quer se converter, ela muitas vezes enfrenta pressão do marido e/ou da família para se converter ao budismo para evitar a vergonha de um divórcio.
Como os homens são perseguidos no Butão?
Embora homens e mulheres desfrutem de direitos iguais sob a lei, na prática, a sociedade matriarcal tradicional ainda dá preferência da herança e propriedade da terra para a linhagem feminina. Nesse contexto, homens e meninos cristãos muitas vezes enfrentam perseguição através das famílias, sendo renegados pela família e perdendo a herança. Outros relatam terem sido removidos do censo.
Quando os homens cristãos perdem o emprego ou são excluídos da forma tradicional de agricultura, a perda econômica afeta toda a família.
Pedidos de oração do Butão
- A igreja butanesa está dividida. O protecionismo denominacional é um fator que impede a unidade na igreja. Para reunir os cristãos em unidade e incentivar a unidade em Cristo, a Portas Abertas organiza encontros de líderes, onde os líderes da igreja podem se reunir, adorar, comungar e discutir. Continue a orar por unidade, paz e compreensão entre as igrejas do Butão.
- As gerações mais jovens do Butão estão acompanhando as tendências e línguas modernas – muitos gostam de falar inglês. A pregação nos templos e encontros públicos, que geralmente são na língua dzongkha, são agora complementadas com a pregação em inglês para alcançar o público mais jovem em áreas urbanas. Líderes religiosos budistas têm se esforçado para visitar escolas para dar palestras religiosas aos alunos. Eles tomaram grandes medidas para ajudar a promover o budismo e aprofundar a fé budista entre os jovens. Ore para que os cristãos no Butão permaneçam verdadeiros e fortes na fé, mesmo diante da forte influência do budismo no país.
- Clame por igrejas na região centro-sul do Butão. A maioria é constantemente monitorada pelas autoridades, dificultando ou mesmo impedindo cultos e reuniões de confraternização. Peça a Deus que dê sabedoria aos seguidores de Jesus para saberem como responder a essa situação, e que ele amoleça o coração das autoridades para permitir que os cristãos o adorem livremente.
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