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Líbia (País Perseguido 26/2012)


Os líbios não participam de cultos por medo de ser vigiados, delatados, presos e até mesmo assassinados.

A Igreja
O cristianismo possui raízes antigas na Líbia. Os primeiros cristãos de Cirenaica (Líbia) datam do primeiro século da era cristã, como descrito no versículo do livro bíblico de Atos 2.10. Havia em Cirene muitos judeus, que formaram o núcleo da igreja cristã líbia em seus primeiros anos de vida. Mas a fraca evangelização inicial, em conjunto com o enfraquecimento causado pelo cisma donatista* , deixou o país à mercê do avanço islâmico no século VII. O cristianismo foi praticamente eliminado e, atualmente, há apenas alguns milhares de cristãos líbios, a maioria constituída de trabalhadores estrangeiros.
Os líbios são um dos grupos menos alcançados pelo evangelho. A maior parte dos líbios da etnia árabe não sabe em que os cristãos realmente creem. Por causa de suas fortes raízes muçulmanas, não considerariam a mensagem do evangelho como algo dirigido a eles.
*A seita donatista: assim como o Novacionismo, fundado pelo Antipapa Novaciano no século III,[2] os donatistas eram rigorosos e sustentavam que a Igreja não devia perdoar e admitir pecadores, e que os sacramentos, como o batismo, administrados pelos traditores (cristãos que negaram sua fé durante a perseguição de Diocleciano em 303-305 e posteriormente foram perdoados e readmitidos na Igreja), eram inválidos[1]. O Cisma Donatista foi uma divisão que ocorreu na igreja de Cartago devido a questões de sucessão em seu bispado. Aqueles que eram contrários à eleição de Ceciliano ao bispado de Cartago escolheram Donato de Casa Nigra como seu novo bispo, o que gerou um cisma na Igreja.
A Perseguição Religiosa
A perseguição enfrentada pela igreja líbia não é fruto da modernidade ou pós-modernidade, sempre fez parte de sua história. De acordo com Atos 11.19-20, devido à forte perseguição que enfrentavam, os cristãos cireneus foram dispersos, levando o evangelho a Antioquia e aos gregos.
Atualmente nenhuma forma de evangelismo ou trabalho missionário é permitida. Apenas os estrangeiros podem se reunir, contudo são monitorados. Assim, os líbios não participam desses cultos por medo de ser vigiados, delatados, presos e até mesmo assassinados.
Ainda que a Líbia seja um Estado laico, seus líderes prestam grande respeito ao islamismo, conferindo-lhe papel ideológico na sociedade. O governo exige respeito às normas e tradições muçulmanas e a submissão de todas as leis à sharia (lei islâmica).
O governo proíbe a conversão de muçulmanos e, por isso, a atividade missionária. Ele também exige que todos os cidadãos sejam muçulmanos sunitas "por definição". Há organizações secretas e redes de espiões que monitoram possíveis rebeldes e também os estrangeiros. Essa situação faz com que seja praticamente impossível evangelizar na Líbia. 
As pessoas raramente são perturbadas por causa de suas práticas religiosas, a menos que tais práticas sejam percebidas como tendo dimensão ou motivação política. O governo controla e restringe toda atividade política, monitorando também a literatura religiosa, inclusive a islâmica, publicada ou importada ao país.

A importação das Sagradas Escrituras em árabe ainda é estritamente controlada. É proibido evangelizar muçulmanos. Os muçulmanos que se convertem são sujeitos à pressão e ostracismo social. Muitos deles consideram a possibilidade de abandonar sua pátria. Em fevereiro de 2006, uma igreja e um convento católicos da cidade de Benghazi foram roubados e incendiados. O bispo e as freiras ficaram em Trípoli durante algumas semanas, até que os prédios fossem restaurados.
Resta saber se, após a queda do regime de Muamar Kadafi, os cristãos líbios terão ou não mais liberdade de cultuar a Deus e compartilhar de sua fé com outros líbios. O líder dos rebeldes líbios, Mustafa Jalil, disse em seu primeiro discurso para o povo líbio, após a queda do ditador Kadafi, que “a sharia (lei islâmica) deve ser a orientadora e principal base da legislação da Líbia de agora em diante”. Tal posicionamento demonstra que a situação dos cristãos pode não mudar em nada ou piorar.
História e Política
A Líbia é o 17° maior país do mundo e sua extensão equivale à soma dos Estados do Amazonas e Amapá. A maior parte de seu território é deserta, com oásis ao noroeste e planícies costeiras ao nordeste. O nome Líbia foi, na antiguidade, o nome latino que designava o norte da África. Provavelmente a palavra deriva do grego libu, em referência a uma antiga tribo berbere que viveu sob o domínio dos egípcios. A região onde hoje se localiza a atual Líbia foi habitada por diversos povos da antiguidade.
Os primeiros povos a habitar seu território foram os berberes, cerca de 2000 anos antes de Cristo. No século VII a.C., parte de seu território foi dominado pelos fenícios e gregos; os primeiros lhe conferiram o nome de Tripolitânia e os últimos, de Cirenaica. A Líbia foi dominada também por cartagineses, romanos e vândalos. Tripolitânia, a Líbia romana, alcançou seu apogeu por volta de 190 d.C., sob o governo do imperador Septimius Severus. Com o enfraquecimento de sua política e as invasões dos bárbaros e vândalos, Tripolitânia acabou sendo dominada pelos vândalos. Posteriormente a região foi dominada pelo Império Bizantino (Império Romano do Oriente) e, no século VII, pelos árabes muçulmanos.
Do século XVI ao XX, a Líbia viveu sob o domínio do Império Turco-Otomano. Em 1911, a Líbia foi invadida e dominada pela Itália, apesar da forte resistência. Finalmente, o país obteve sua independência em 1951, tornando-se logo um Estado rico, com a descoberta de suas abundantes reservas de petróleo. Em 1969, o coronel Muamar Kadafi assumiu o controle do país por meio de um golpe militar que derrubou o rei Idris I. O sistema implementado passou a ser uma combinação de socialismo e práticas islâmicas derivadas das tradições tribais.
As revoltas sociais e políticas que se iniciaram no final de 2010 em alguns países do mundo árabe, conhecidas como “Primavera Árabe”, resultaram em longos seis meses de confronto militar entre as tropas de Kadafi e as forças rebeldes apoiadas pela OTAN, e na queda do ditador.
População
Apesar da grande extensão, a Líbia é pouco povoada. Entre os seus 6,6 milhões de habitantes, cerca de 1,5 milhão é estrangeiro, vindo de países árabes e africanos. Um terço da população líbia tem menos de 15 anos e a maioria dos líbios reside em áreas urbanas. Etnicamente, 97% da população constitui-se de árabes e berberes. Os outros 3% são bem diversos, formados por gregos, malteses, italianos, egípcios, paquistaneses, turcos, indianos e tunisianos.
A qabilah, ou tribo, é a base da estrutura social da Líbia, cujas famílias têm em média cinco membros. Essa composição étnica variada, baseada em tribos, exerce grande influência no cenário político do país.  A educação é pública e gratuita, sendo 85% da população alfabetizada. A assistência médica também é gratuita e bastante acessível, mas ainda é deficiente nas áreas rurais.
Economia
A economia da Líbia é muito dependente da indústria petrolífera, que contribui com cerca de 95% das receitas de exportação. Antes dos conflitos militares que tiraram Kadafi do poder, o turismo também era uma importante fonte de renda para o país, porém agora tudo dependerá da situação política e da reconstrução das cidades destruídas. Mesmo com seu foco voltado para a indústria petroquímica, o governo líbio vinha investindo na setor agrícola.

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