Cristãos têm suas casas invadidas, materiais cristãos são confiscados. Muitos líderes foram interrogados e agredidos pela polícia. Ainda assim, a Igreja continua a crescer
A Igreja
O cristianismo foi difundido na Ásia Central pela Igreja Apostólica do Oriente, mas foi drasticamente afetado pelas campanhas militares de Tamerlão (o último conquistador da Ásia Central), nos séculos XIV e XV. Nos séculos seguintes, o islamismo passou a dominar as áreas conquistadas. Por isso o cristianismo é praticado hoje por menos de 10% da população uzbeque.
Antes de 1991, quando o Uzbequistão se tornou um Estado independente, havia poucos cristãos. A Igreja Russa tinha de funcionar em segredo e a maioria de seus membros não tinha visão de evangelizar e compartilhar o evangelho com os uzbeques. Entretanto, no começo daquela década, os uzbeques começaram a buscar o Senhor. Gradualmente, uma Igreja começou a se formar, com um estilo de culto e evangelismo baseado em sua própria cultura.
Geralmente a Igreja cresce na família. Os parentes percebem a mudança que o evangelho causa em um dos familiares e acabam abraçando a fé cristã. Metade desses cristãos mantém sua identidade religiosa em sigilo. Os demais são ortodoxos russos que se mudaram para o país durante o domínio soviético. Muitos ortodoxos estão regressando para a Rússia, o que tem feito a Igreja no Uzbequistão diminuir. Em 2011 a Igreja Ortodoxa completa 140 anos de existência no Uzbequistão.
O crescimento da Igreja nativa (formada por convertidos uzbeques) é rápido. O número de pequenos grupos cresce a largos passos.
A Perseguição Religiosa
As primeiras perseguições sofridas pela Igreja Cristã no Uzbequistão partiram de Tarmelão e principalmente de seu regente, Ulugh Beg, que foi um feroz perseguidor dos cristãos nas regiões em que governou. Outro período de grande dificuldade enfrentado pela Igreja foi a época em que o país viveu sob o domínio político da antiga União Soviética (URSS), em que muitos cristãos fugiram do país e outros mantiveram sua identidade em sigilo.
Atualmente o controle que o governo exerce sobre a Igreja é forte. Todas as comunidades religiosas têm de se registrar. Porém, para a Igreja protestante, esse é um processo longo, cansativo e quase impossível. Geralmente o registro é negado; às vezes, ele é concedido só para ser retirado novamente. Não há igrejas nativas uzbeques com registro (só as estrangeiras o possuem). O governo não permite nenhum tipo de culto ou religião independente. Além disso, todas as formas de evangelização são proibidas.
Líderes cristãos são constantemente vigiados e sofrem frequentes hostilidades no país.
A importação e a impressão de livros no país são estritamente monitoradas e censuradas. As autoridades nacionais e locais confiscam livros cristãos no idioma uzbeque com frequência. Há altíssimas multas para aqueles envolvidos em distribuição de livros cristãos.
A televisão nacional transmite programas negativos sobre as igrejas. Como resultado, muitas pessoas sofrem pressões físicas e psicológicas na comunidade em que vivem.
História e Política
O Uzbequistão está localizado na Ásia central, entre o Cazaquistão e o Turcomenistão. O território uzbeque é caracterizado pela presença de desertos arenosos e pontilhados por dunas, que circundam vales intensamente irrigados, ao longo dos rios Amu Dária, Sir Dária e Zarafshon. A pecuária ocupa quase metade do território do país, que apresenta um clima árido e não possui saída para o mar. O nome Uzbequistão significa “lugar de liberdade”, ou “terra de liberdade”.
Acredita-se que os primeiros povos a habitar a região onde se localiza o atual Uzbequistão foram os indo-arianos, por volta do segundo milênio a.C. O território foi dominado pelos Persas Arquemênidas no século IV.a.C.; até hoje parte da cultura persa é preservada no país. As campanhas militares feitas por Alexandre, o Grande, no século IV a.C., trouxeram para a região um significativo aumento do comércio na Rota da Seda , transformando-a em um importante centro comercial e intensificando o contato cultural e religioso de diversos povos.
Após as campanhas árabes nos séculos VII e VIII, o islamismo substituiu o budismo como religião dominante na região. No século XIII, seus territórios foram dominados por Genghis Khan: durante esse período, houve um aumento significativo de migrações dos turcos para essa região. No século XIV, a região foi dominada por Tamerlão e, através dele, a religião islâmica passou a ser dominante nas terras por ele conquistadas. Na segunda metade do século XIX, os russos invadiram as terras uzbeques e as transformaram em protetorado do Império Russo.
De 1924 a 1991, o Uzbequistão ficou sob o domínio político, militar e econômico da antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Hoje oficialmente o país é uma República, mas na prática é governada por um regime presidencial autoritário, cujas leis são baseadas no sistema de governo comunista da antiga URSS. Desde 1991, tem como presidente Islom Karimov.
População
A população do Uzbequistão é composta por diversos grupos étnicos, dentre os quais estão: uzbeques, karakalpaks, russos, tadjiques, cazaques, tártaros etc. Os uzbeques são conhecidos por sua característica amigável e gentil. A expectativa de vida da população uzbeque é de cerca de 70 anos. 99% da população do país é alfabetizada.
Economia
O Uzbequistão é caracterizado por uma das rendas per capita mais baixas da Ásia Central, embora conte com ricas reservas de ouro, petróleo, gás natural, carvão, prata e cobre. Sua economia é basicamente agrícola e é considerado o terceiro maior produtor de algodão do mundo.
O planejamento e a estrutura econômica do país são centralizados no poder estatal: todos os serviços utilizados pela população, como saúde, educação e segurança, são fornecidos pelo Estado.
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