GABRIELA
CUPANI, DE SÃO PAULO
O alto risco de desenvolver trombose
atinge 41,4% dos brasileiros. O dado é de uma pesquisa que ouviu mais de mil
pessoas em todo o país para avaliar o grau de conhecimento da população sobre
trombose e embolia pulmonar, doenças associadas.
Pessoas com alto risco têm grande
probabilidade de desenvolver o problema caso sejam hospitalizadas. Isso porque
imobilização e infecções, além de cirurgias, são situações propícias para a
coagulação do sangue dentro das veias.
"Se forem internadas por uma
pneumonia ou um problema cardíaco, por exemplo, essas pessoas precisam de
medidas de profilaxia", diz Ana Thereza Rocha, professora colaboradora do
Serviço de Pneumologia do Hospital Universitário Professor Edgard Santos, da Universidade
Federal da Bahia.
Editoria de arte/Folhapress
|
PREVENÇÃO
A prevenção inclui de drogas até uso de
meias elásticas e prática de caminhadas.
A pesquisa, divulgada ontem, foi
encomendada por sociedades brasileiras de angiologia e cirurgia vascular e de
pneumologia e tisiologia e laboratório Sanofi-Aventis.
O risco de trombose foi avaliado por
meio de um questionário específico que mediu fatores como idade, peso e
histórico de doenças.
Outro problema apontado pelo relatório
é que essas pessoas praticam menos atividade física, têm mais excesso de peso e
fumam mais -conhecidos agravantes do problema.
Além disso, mais da metade dos
brasileiros não conhece sintomas ou consequências da trombose. Na média geral,
43% já ouviram falar da doença, mas não sabem citar medidas de prevenção.
Sobre embolia pulmonar, a complicação
mais preocupante da trombose, o grau de desconhecimento é ainda maior: quase
80% não sabem o que significa ou nunca ouviram falar no assunto.
"O resultado não surpreende porque
mesmo entre os médicos não é feita uma avaliação de risco de forma rotineira
nos pacientes hospitalizados", diz Rocha.
Em geral, apenas 40% a 50% dos
pacientes internados, em média, são avaliados. Essa taxa só costuma aumentar
com a implantação de protocolos específicos.
Desde 2007 o Brasil vem adotando
estratégias para reduzir a incidência da trombose nos hospitais.
O programa zona livre de
tromboembolismo venoso, presente em vários países e em 124 instituições
brasileiras, usa educação continuada e palestras para ajudar os profissionais
da saúde a identificar pacientes de risco e adotar procedimentos para prevenir
o problema.
No Hospital São Camilo, a profilaxia nessas
pessoas subiu de 54,3% em 2007 para 88% no ano passado.
"São medidas de fácil
implantação", diz João Gonçalves Pantoja, superintendente médico da Rede
D'Or.
No Hospital Barra D'Or, no Rio de
Janeiro, o programa foi implantado em 2008 e já conta com quase 100% de adesão
às recomendações.
EXERCÍCIO NÃO É LIGADO À PREVENÇÃO
Entrevistados no estudo acham que
exercícios são apenas um meio para ter um corpo bonito: 36% fazem ginástica só
por motivos estéticos. Só 7% praticam para prevenir doenças. Menos da metade
dos que têm alto risco de trombose se exercita -e míseros 2% querem ativar a
circulação com a malhação.
0 comentários:
Postar um comentário