Especialistas franceses afirmam que uma nuvem radioativa causada pelas explosões na central de Fukushima Daiichi, no Japão, deverá chegar à Europa na próxima semana, mas estimam, no entanto, que ela não será nociva à saúde.
Segundo Jean-Marc Peres, chefe do serviço de fiscalização da radioatividade no meio ambiente do Instituto de Radioproteção e Segurança Nuclear (IRSN) da França, “é muito provável” que a nuvem seja detectada a partir da próxima semana no território francês”.
Segundo Jean-Marc Peres, chefe do serviço de fiscalização da radioatividade no meio ambiente do Instituto de Radioproteção e Segurança Nuclear (IRSN) da França, “é muito provável” que a nuvem seja detectada a partir da próxima semana no território francês”.
O IRSN criou o site “Criter Japon”, que permite à população ter acesso ao nível de radiação na França. A radiação é medida por sensores espalhados pelo país quase em tempo real, com apenas uma hora de defasagem em relação à coleta dos dados.
O site mostra as áreas do país onde estão situados os sensores, e legendas em cores explicam os níveis de radioatividade.
O site “Criter Japon” tem tido “um número tão grande de acessos” que tem ficado fora do ar, informa o IRSN. O especialista do instituto afirma, no entanto, que em razão do fenômeno de dispersão das partículas radioativas durante o trajeto de vários milhares de quilômetros entre o Japão e a Europa, “ é certo que o nível de radioatividade da nuvem ficará abaixo do limite nocivo à saúde”.
Áreas próximas da usina de Fukushima
- O governo japonês pediu aos moradores de um raio de 20 a 30 quilômetros próximo da usina de Fukushima que permaneçam em casa e com as janelas fechadas. A medida serve como forma de proteção contra a radiação da usina nuclear de Fukushima, após acidente com os reatores.
Em um debate no Parlamento francês na quarta-feira, a ministra do Meio Ambiente, Nathalie Kosciusko-Morizet, também não excluiu a possibilidade de que a Europa seja afetada pelo acidente nuclear em Fukushima, mas afirmou que o impacto radioativo “não deverá causar problemas”.
O governo francês pediu na quarta-feira ao órgão responsável por urgências de saúde no país para fazer um levantamento do estoque de pastilhas de iodo na França, substância que impede que a radioatividade tenha efeitos sobre a tiroide.
O objetivo, segundo as autoridades, é determinar se a França está pronta para enfrentar a passagem de uma nuvem radioativa, ou mesmo uma catástrofe nuclear.
Segundo jornais franceses, várias pessoas já procuraram comprimidos de iodo em farmácias.
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, organizou na quarta-feira uma reunião ministerial de crise sobre a ameaça nuclear no Japão.
“A situação é extremamente preocupante, muito grave”, disse Sarkozy. O ministro do Interior, Claude Guéant, anunciou nesta quinta-feira que a França “está pronta” para acolher japoneses que precisem de cuidados médicos por conta de exposição à radiação.
“Temos hospitais especializados, com serviços de hematologia adaptados. Os franceses que foram repatriados do Japão também terão, claro, um acompanhamento médico específico”, disse o ministro.
“A situação é extremamente preocupante, muito grave”, disse Sarkozy. O ministro do Interior, Claude Guéant, anunciou nesta quinta-feira que a França “está pronta” para acolher japoneses que precisem de cuidados médicos por conta de exposição à radiação.
“Temos hospitais especializados, com serviços de hematologia adaptados. Os franceses que foram repatriados do Japão também terão, claro, um acompanhamento médico específico”, disse o ministro.
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